INAUGURAÇÃO DO MEMORIAL DA IMIGRAÇÃO ITALIANA – FAMÍLIA PALMA

Um espaço com a memória de uma tradicional família de Quatro Irmãos – RS

A casa em que todos fomos criados


Somos uma família numerosa, unida, proseadora e festeira. Curtimos realmente a “emoção de viver”! Desde a imigração, 1882/1892 somos mais de oito mil. Somos dez irmãos que nos encontramos anualmente ou mais vezes, por qualquer motivo importante. Papai, Amelio Palma e mamãe Angelina Belusso Palma, foram os idealizadores dos encontros e o primeiro data de 1938. Nós mantivemos esses encontros e agora os materializamos com a construção de um MEMORIAL, na casa tradicional, simples, onde todos fomos criados, alfabetizados e educados. Imagine caro leitor, até o berço (La Cuna), onde todos fomos embalados está lá. O fogão onde se preparavam os alimentos e nos aquecia nos rígidos invernos, e até algumas queimadas nos restaram na recordação. Quase tudo o que está por lá tem mais de 80 anos, a emoção faz chorar… e nosso histórico remonta a 1.600, século XVII com nossos longínquos “decavós”, Giácomo pela família Casella e Chistiano, pela família Palma. “Sempre a sucessão se dá pela junção de duas famílias obedecendo ao sobrenome paterno no cultura italiana”. Os imigrantes precursores da família foram, Benedetto Antonio Casela e Maria Garbuio pelo lado materno, 1882, e Andréa Palma e Domênica Schivo pelo lado paterno 1892, nossos bisavós. Foram “jogados” no meio do nada, em Alfredo Chaves hoje Veranópolis, na Picada del Gobo lote nº 26. Deste nada, construíram sua casa,sua lavoura, criaram seus dez filhos, construíram moinhos, plantaram grande vinhedos e ajudaram a construir grandes cidades, enfim a Serra Gaúcha, hoje referência no mundo.
Muito teria que escrever sobre nós e o memorial, mas a Prefeitura “roubou-me a cena” com uma matéria tão perfeita que a reproduzo a seguir.

Nelson Palma

UM ESPAÇO COM A MEMÓRIA DE UMA TRADICIONAL FAMÍLIA DE QUATRO IRMÃOS

Por Prefeitura de Quatro Irmãos – 19 de janeiro às 19:17
Fotos: Prefeitura de Quatro Irmãos – Raissa Jardim e Ana Júlia Palma

O berço que nos embalou

Numa construção modesta construída com madeira extraída nas matas das redondezas, no início da década de 1940, está preservada uma parte significativa da memória dos usos e costumes da família de Amélio Palma (Passo Fundo, 1912) e Ângela Catharina Belusso Palma – Angelina – (Bento Gonçalves, 1913). Eles faleceram no início da década de 1980, mas o legado foi bem guardado pelos filhos, todos vivos. A partir de agora preservado num memorial, que será aberto ao público.
No local estão reunidos: árvore genealógica com raízes no século 17, na Europa, bem como, imagens e textos, utensílios domésticos, móveis; e lembranças guardadas por dona Angelina, entre elas: cartões postais, correspondências, fotografias: Ana Lúcia Andrade Palma, casada com Heitor, encontrou o convite para o seu casamento, realizado em 1975, na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Recife, Pernambuco.
Quando saíram de Alfredo Chaves (hoje Veranópolis), para se instalar no norte do RS, Os Palma se instalaram na região de Erechim; no primeiro momento, em Rio Padre, até o final da década de 1930. Amélio e Angelina, já com os primeiros filhos, mudaram para trilhar o caminho do futuro da família que lideravam.
Localizada próxima a Vila Quatro Irmãos, nas proximidades da estrada que liga a sede do hoje município de Quatro Irmãos com a comunidade de Rio Padre, passados 76 anos, a propriedade é um modelo de preservação da natureza em toda sua amplitude, com uma reserva nativa típica do bioma da Mata Atlântica, e área de com espécies nativas nobres, plantadas por Amélio, seguindo a preocupação que ele carregou ao longo da vida, com a qualidade de vida das gerações futuras.
“Preservar a natureza é respeitar a vida e garantir espaço as gerações futuras” – era o seu lema, consta no material escrito pelo filho mais velho. Nelson Palma, 82 anos, é jornalista editor de “O ECO Jornal”, gerado a partir do Rio de Janeiro, na Ilha Grande.
Israel Palma, lembrou durante o pronunciamento que fez na abertura oficial do memorial, que o pai era um desses homens raros, um luminar, um líder comunitário, agregador, instruído e moldado pelo tempo, preocupado com o bem de todos e a qualidade de vida da humanidade no futuro.
Essa preocupação está presente na propriedade onde criou os filhos juntamente com Angelina, nas proximidades da Vila Quatro Irmãos. Foi nesse ambiente, com um pai ecologista, um homem além do seu tempo, e de uma mãe dedicada a família e professora, que cresceram dez irmãos, oito homens e duas mulheres: Nelson, Israel, Heitor, Maria, Helena, Abel, José Elói (Zeca), Davi, Francisco, Pedro; que hoje estão topo da árvore genealógica de uma um casal que tem na pequena Bianca, uma linda e saudável representante da quarta geração.

Fogão com 110 anos, comprado do velho Vóbito

Imigrantes Italianos:

Os Palma são originários da região do Vêneto (Monte Belluna e Verona) norte da Itália, e desembarcaram no Brasil (1882), na segunda metade do século 19, se estabelecendo no RS, na Picada del Gobo, interior de Alfredo Chaves (hoje município de Veranópolis), no vale do Rio das Antas.
Família numerosa, foi preciso de mais espaço para sobreviver e progredir, mudando inicialmente para o norte do RS, onde estava em instalação a Colônia Erechim (1908). Mais tarde, subiram para santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste e Norte do Brasil. Um século depois, são mais de oito mil os descendentes do clã Palma que tem entre os pioneiros imigrantes, Ernesto Palma, casado com Romilda Casella, pais de Amélio e mais nove irmãos.

A irmandade

Solenidade:

Descerramento da placa

A solenidade de abertura do memorial do Clã Palma descendente de Amélio e Angelina, foi na manhã deste sábado (19), com a presença de autoridades municipais e um número considerável de descendentes dos troncos familiares. O protocolo foi conduzido pelo jornalista Nelson Palma, que fez um relato das condições enfrentadas na Europa pelos imigrantes que deram origem a sua família e as demais etnias presentes na população do hoje município de Quatro Irmãos, com destaque para os judeus e os alemães, vizinhos na região onde se criou.
Nelson Palma conduziu os pronunciamentos e os momentos artísticos, com um vídeo da cantora MireilleMathieu, cantando La Paloma em alemão; um grupo típico de dança judaica, interpretando a canção HavaNagila, que significa “alegremo-nos”; e a reflexão com “Ave Maria, em latim; Por último, descerramento da placa alusiva, visita ao memorial e almoço aos convidados.

Solenidade de abertura

Manifestações:

Pronunciamento prefeito Adilson de Valle

O prefeito Adilson De Valle cumprimentou e agradeceu ao jornalista Nelson Palma, pela divulgação que ele faz de Quatro Irmãos, através da sua publicação (ECO Jornal), levando o nome do município para os seus leitores espalhados pelo mundo. Disse que o memorial da Família Palma passa fazer companhia ao memorial da Colonização Judaica. Ambos, segundo o prefeito, além da significativa importância na preservação da história do município, servirão para estimular as demais etnias para a criação de espaços semelhantes.
Ao final do pronunciamento, o prefeito convidou o jornalista Nelson Palma e professor da UFFS Marcos Palma (filho do Zeca Palma); e o presidente do Legislativo Juliano dos Santos, para participação especial no Informativo da Prefeitura de Quatro Irmãos, transmitido direto pela Rádio Sideral (Getúlio Vargas).
Também se manifestaram: o vereador Juliano dos Santos, destacando que cresceu ouvindo seu pai, João, falar da participação de Amélio Palma na história de Quatro Irmãos, pelo seu exemplo como cidadão. Israel, o segundo da Clã, destacou a contribuição de Amélio com a preservação ambiental quando o assunto não era tema de interesse coletivo, preservando as fontes e os riachos e com o reflorestamento, com o plantio de árvores nativas.
A diretora da Escola Estadual de Ensino Médio Quatro Irmãos, Letania Risson, parabenizou a família Palma pela criação do memorial. O espaço, na avaliação dela, será importante pela contribuição que oferecerá a quem desejar conhecer a cultura das famílias pioneiras na ocupação do atual território do município de Quatro Irmãos; principalmente, para o conhecimento jovens estudantes.
Luiz Ernesto Palma, sobrinho do líder da família, recordou as temporadas de férias que passou na casa que hoje guarda a memória e o exemplo de Amélio e Angelina.
Marilda Palma Confortin resgatou as dificuldades que os imigrantes viviam na Europa e como o Brasil recebeu todos de braços abertos, garantindo a continuidade das famílias por muitas gerações.
Ana Lúcia Andrade Palma, natural de Pernambuco, casada com Heitor, dedicou atenção especial a sogra Angelina. Emocionada, ela afirmou que muito do que essa grande família é e representa enquanto organização, união e longevidade, se deve ao papel da mulher responsável e dedicada que foi Angelina Belusso Palma.
A programação da inauguração do memorial se estenderá até amanhã, domingo (20), com muita prosa, comida típica, música e “chamego da saudade”.

Agradecimentos:

Sem o esforço em conjunto, nada se faz. Nossos agradecimentos aos esforços do Zeca, da Lurdes esposa do Zeca, ao Marcos e Clarice, Luciana e Vlademir (filhos, nora e genro do Zeca), pelo trabalho que empreenderam sem medir esforços na construção do Memorial. À Nubia, Raissa e Rafael, pelo brilhante desempenho nas mais diversas tarefas. À Prefeitura de Quatro Irmãos, na pessoa do prefeito Municipal Sr. Adilson De Valle e seu estafe, pelo apoio ilimitado que nos prestou, até no convite à imprensa, na matéria divulgada no Facebook com mais de 100 fotos e também nos prestigiando com a presença na cerimônia de inauguração do Memorial.
À imprensa, nossos agradecimentos pela divulgação através do Jornal Bom Dia (Erechim), da Radio Sideral (Getúlio Vargas) e aos repórteres do próprio O Eco Jornal, Núbia, Rafael e Raissa (Ilha Grande – Angra dos Reis – RJ). Nossos cumprimentos ao redator da matéria que circulou no facebook, pela clareza e autenticidade dos fatos. Enfim obrigado a todos. Sentimo-nos realmente sensibilizados e gratificados por tudo!

P/Clã – Nelson Palma

Documentário do evento:

22 comentários em “INAUGURAÇÃO DO MEMORIAL DA IMIGRAÇÃO ITALIANA – FAMÍLIA PALMA

  • Lugar absolutamente lindo!!!
    A alegria e a emoção dos familiares contagiavam a todos, parabéns a Família Palma pela bela iniciativa!

  • Os memoriais conseguem manter viva a cultura italiana, glorificam o passado sofrido dos imigrantes e mostram como o trabalho vale a pena.

  • Não posso elogiar o trabalho produzido pelo O ECO JORNAL, porque sou o próprio editor, mas gostaria de fazer menção ao valor que representa qualquer manifestação positiva, quanto a cultura imigratória. Milhares de pessoas, tomam conhecimento do que se fez: sofrimentos, glórias, fé, perseverança e cujo resultado é o crescimento e colheita do que tudo se plantou. O resultado é imenso.
    Nelson Palma

  • Que legal. Eu busco informações da minha Tataravó, ela se chamava Maria da Palma, mãe de Giovanni Florio. Ela era casada com Antônio Florio, do Veneto. O Giovanni veio ao Brasil em 1891.

  • LILIAN, somos parentes, Emilio Palma é primo de meu pai. Meu avô Ernesto Palma era irmão do pai dele, mas como existe vario Emilio Palma, pode ser irmão do meu avô Ernesto Palma. Como ele é natural de Verona por certo é irmão de meu avô. Obrigado por nos contactar. Assim que a pandemia baixar, voltaremos a fazer nossas festas. Será um prezer se você vier.

    • Nelson, é muito parente aparecendo de todos os lados! Apos a pandemia muita gente que desconhecíamos vamos conhecer, Ficou muito bom o trabalho apresentado!
      .

  • sou Alessandra Palma, filha de, João Palma filho, neta de João Palma.
    não sei de nenhum parente do meu pai gostaria muito k fossemos parentes assisti o documentario muito bom parabens

  • Olá, me chamo Sutera Rosa F. Palma, sou filha de Jorge Palma e neta do fecido Legue Palma que foi casado com minha fecida avó Rosa Vidal. Sou de Rio Claro, RJ. Tenho curiosidade de meus antepassados

  • Que maravilha!
    Também sou descendente da família Palma, oriunda de Dilermando de Aguiar, RS. Meus avós paternos: Sara Rola Palma e Jorge Palma.
    Sou filho de Waldemar Palma o mais velho dos treze irmãos.

  • Em primeiro lugar gostaria de parabenizar pelo belo trabalho em manter viva a lembrança de seus antepassados.
    Estou em busca de parte da origem de minha família, avancei bastante no entanto o que se refere a meus é tataravôs e bisavôs paternos estou com dificuldades em encontrar informações. Por conhecidencia o sobrenome é Belusso. Sendo meu Trisavô Berto Belusso, casou-se com Maria Galonni, viveram na região de Sananduva, Lagoa vermelha e Anita Garibaldi. Berto era filho de Felippe Belusso e Angela Furlana.
    Berto teve alem da Rosa outros filhos, Pedro, Jose, Azelinda e Angelino.

    Caso tenha informações, ficaria muito agradecido.

    Cordialmente;

  • Olá estou pesquisando sobre os Palma Dias não sei somos parentes mais gostaria de saber se temos alguma ligação só seu que meu falecido avó sempre falava que os pais dele vieram da Itália nome do meu avô era Alberto Palma Dias

  • Boa tarde,
    Grata surpresa em ter lido este memorial da família Palma. Meu nome é Vitor Hugo Pattussi, sou filho de Mercedes Rossi, neto de Rosa Palma, bisneto de Emílio Palma e trineto de Andrea Palma.
    Estou em busca de informações/registros de nascimento/batismo/casamento de minha nona Rosa Palma Rossi. De acordo com informações de familiares (tios e primos) ela teria morado em Mato Castelhano (Campo do Meio) por volta do ano 1902 (nascimento). Se alguém tiver alguma informação de onde procurar estes registros (igreja, cartório) ficarei grato.
    Desde já agradeço a atenção de todos.

  • Poxa pesquisando sobre a Família Palma que também é meu Sobrenome e tenho um imenso orgulho me deparo com essa linda Homenagem a Família Palma, como gostaria que fosse também a minha,espero um dia conhecer e saber que poderíamos ser parentes.
    Muito feliz pela história do Senhor Nelson Palma.
    Deus abençoe todos.

  • Eu também sou da Família Palma. MARIA DALLA PALMA era mãe do meu trisavô, Giovanni Florio, e foi casada com Antônio Florio. O Giovanni veio para o Brasil, saindo de Soave, VR.

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