PESQUISA VISA DESENVOLVER PRODUÇÃO DE BIOMASSA COM ALGAS MARINHAS

Por: Karen Garcia | Fotografia: Ricardo Furtado

Estimativa inicial dos pesquisadores do IVIG/COPPE/UFRJ é produzir mais de 5 toneladas de algas por mês

O Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais – IVIG/COPPE/ UFRJ – vai iniciar uma pesquisa na Ilha Grande que tem o objetivo de aperfeiçoar os métodos para cultivo de macroalgas da espécie Kappaphycusalvarezii para produção de biomassa com a utilização de canteiros flutuantes experimentais no mar, chamados de Unidade de Cultivo de Algas (UCA), desenvolvidos especialmente para o projeto. Toda a produção de algas frescas gerada por esta pesquisa será adquirida pela empresa AlgasBrás, que também cultiva a macroalga, atualmente na Praia Vermelha. O trabalho será feito em parceria com a Brigada Mirim Ecológica da Ilha Grande e com moradores e brigadistas das comunidades do Abraão, Pouso, Camiranga, Dois Rios e Bananal,a partir de Agosto de 2019. A estimativativa inicial é que cada UCA venha a produzir 300kg de algas a cada de ciclo de 45 a 60 dias. A biomassa produzida por esta espécie de macroalgas cresce mais rápido do que a de plantas terrestres, pois transforma a luz solar em energia química com eficiência cinco vezes maior. Assim, o local de cultivo na Ilha Grande será um berçário, com grande diversidade de organismos marinhos nas proximidades das UCAs. “O desenvolvimento desta pesquisa poderá trazer inúmeros benefícios para o estado do Rio de Janeiro e para o país, que hoje importa esta matéria-prima muito utilizada pela indústria de alimentos, cosmética, entre outras”, diz o professor Marcos Freitas, coordenador do IVIG/COPPE, instituto responsável pela pesquisa. O cultivo dessa alga produz uma grande quantidade de biomassa, cujo processamento industrial gera basicamente dois subprodutos de ampla demanda comercial: o extrato bioestimulante, para uso agrícola e pecuário, e o ficocolóide, denominado carragenana, amplamente utilizado pelas indústrias de alimentos, de cosméticos e farmacêuticas. A ideia deste projeto é ser totalmente sustentável em seus diferentes níveis, conjugando a necessidade de preservação da água e das terras agricultáveis; a geração de alimentos; o combate ao efeito estufa; a produção de energia a partir de fontes não fósseis; e a geração de emprego e renda para a comunidade envolvida. Com os dilemas ecológicos que desafiam a criatividade e a inteligência dos seres humanos, investir no cultivo para produção de biomassa de macroalgas na água do mar, que dispensa o uso de adubos ou fertilizantes e não ocupa solo agrícola, além de não depender da ocorrência de chuvas ou de irrigação, é uma solução sustentável que ajuda a preservar a vida no planeta e garantir a sobrevivência do homem. “Soma-se a essas vantagens, a característica da biomassa de algas
ser um produto genuinamente orgânico”, explica Freitas. Nos aspectos social e econômico, o cultivo de macroalgas pode fortalecer a geração de trabalho e renda da população envolvida com o modelo do empreendimento, onde, no processo de refino da biomassa tudo pode ser aproveitado. “Portanto, abremse possibilidades para geração de novos subprodutos, com alto valor agregado, beneficiando assim toda a cadeia produtiva”, ressalta o professor.

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