Como as diferentes comunidades que habitam a Ilha Grande se posicionarão frente aos novos investimentos?
Por Gelsom Rozentino de Almeida e Vivianne Ribeiro Valença, do ECOMUSEU
No momento em que grandes projetos são noticiados pela imprensa sobre a Ilha Grande, duas propostas ainda não concluídas e tornadas públicas merecem destaque. São elas, a parceria público privada (PPP) para a gestão do Parque Estadual da Ilha Grande _conforme a iniciativa da Secretaria de Estado de Ambiente e do INEA_ e a ação da Câmara Metropolitana de Integração Governamental do Rio, que objetiva requalificar a infraestrutura básica local para consolidar o turismo, atrair negócios e gerar empregos.
O investimento de R$ 28,3 milhões será financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), dentro do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur) e inclui reurbanização, drenagem e saneamento numa área de 517 mil m². Já licitado, o projeto começará a ser executado no início de junho. Serão 16 meses de obras, a cargo da Hécio Gomes Engenharia.
Com base nesse cenário, nos questionamos: como as diferentes comunidades que habitam a Ilha Grande se posicionarão frente aos novos investimentos? São esses tipos de iniciativas que nós, universidade e comunidade, devemos acompanhar e buscar intervir para garantir a preservação da cultura, do meio ambiente, da história, assim como o desenvolvimento sustentável, a qualificação do turismo e do interesse público.
A Ilha Grande integra o município de Angra dos Reis, com um território de 193 km² e cerca de 7.000 habitantes, distribuídos em 15 núcleos. A Vila do Abraão, segundo o Censo de 2010 do IBGE, possui 1.971 habitantes, sendo 991 homens e 980 mulheres. Contudo, a população residente é claramente superior, devendo ultrapassar 3 mil pessoas e na alta temporada superar 5 mil, sem contar a enorme quantidade de visitantes.
Para a Vila de Araçatiba, a disparidade encontrada é ainda maior. De acordo com o Censo 2010 são 265 habitantes, sendo 137 homens e 128 mulheres. Todavia, estima-se que o número de moradores seja de pelo menos cinco vezes mais.
Cabe ressaltar que, apesar das comunidades carentes existentes, o município de Angra dos Reis, com uma área de 825,082 km² e 169.511 habitantes é considerado de alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ocupando a 31ª. posição no estado, com 0,724. De acordo com o IBGE, o percentual da população municipal vivendo em domicílios com água encanada é de 96,67%, com banheiro e água encanada de 95,62%, com coleta de lixo de 97,34% e com energia elétrica de 98,03%.
A Vila do Abraão, considerada a “capital da Ilha Grande”, é o único local que possui razoável estrutura e serviços públicos, como posto médico, Corpo de Bombeiros, polícia, correios, transporte público marítimo, etc. A maior parte das comunidades não possui nada disso: não tem transporte regular, não tem energia elétrica, não tem saneamento, não tem água tratada, não tem telefonia, não tem internet.
Um dos principais problemas que as comunidades enfrentam para o estabelecimento ou a manutenção de relações sociais é a questão do acesso. As poucas trilhas que existem e que cortam longas distâncias são classificadas com grau de dificuldade médio ou elevado.
Por mar, há ausência de transporte regular a baixo custo que as interligue. Tal situação vem prejudicar ainda mais o convívio social entre os moradores da região, pois até algumas décadas atrás, essa integração ocorria em função da utilização dos barcos como forma de locomoção.
O Ecomuseu Ilha Grande se propõe a contribuir para a integração das comunidades do lugar. Em especial, estabelecendo ações de caráter permanente com parceiros locais. Diante da vastidão territorial, da diversidade e peculiaridade de cada localidade, assim como das dificuldades já apontadas, torna-se fundamental o estabelecimento de núcleos para tal. Desse modo, o Ecomuseu está construindo as suas bases em Vila Dois Rios, Vila do Abraão, Enseada de Palmas, Enseada de Araçatiba e Vila do Aventureiro.
Em meio a tantos projetos e investimentos, são inúmeros os desafios a serem enfrentados, mas vale salientar que será um momento de reafirmação de identidades culturais, novas ações de sociabilidade e mudanças articuladas aos hábitos das comunidades. Esse processo oferecerá subsídios relevantes ao configurar diversas formas de influências/relações de modos singulares, na consciência e no reconhecimento de uma indiscutível valorização pela permanência das memórias locais que constituem os vários modos de se fazer e viver a Ilha Grande.
Saved as a favorite, I actually enjoy your blog!
This is a very good hints especially to those new to blogosphere,
short and exact advice… Thanks for sharing this
one. A must read post.
Please let me know if you’re looking for a article writer for your
blog. You have some really great articles and I think I
would be a good asset. If you ever want to take some of the load off, I’d love to write some material for your
blog in exchange for a link back to mine. Please shoot me an email if interested.
Many thanks!
Hi,
Here talks the team that is responsible for the ECO JORNAL. We say so sorry for taking so long to answer you, but our organization runs with the help of everyone, and that’s why our answer for your comment is : YES!
We really would aprecciate you colaboration for our work.
Looking foward for some contents,
Regards, Eco Jornal Team.